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sexta-feira, 22 de maio de 2015

22/05 - Não sabe costurar? Esta impressora 3D imprime roupas 'do zero' para você

Um novo projeto no Kickstarter está chamando bastante atenção. Trata-se de uma impressora 3D que imprime roupas. Isso mesmo, roupas! Aqui no TechTudo já mostramos impressoras 3D que imprimem de tudo, mas roupas é a primeira vez. E não estamos falando de uma máquina que pega o tecido, corta e modela, formando assim uma peça do vestuário. Ela, literalmente, cria o tecido do zero.
Esta é a Electroloom, impressora 3D que permite fazer roupas (Foto: Divulgação/Kickstarter)
Esta é a Electroloom, impressora 3D que permite fazer roupas (Foto: Divulgação/Kickstarter)
A Electroloom, nome dado pelos pesquisadores à essa curiosa impressora, utiliza um processo chamado de electrospinning para formar os tecidos. Primeiro é feito um molde numa placa de metal da peça de roupa. Esse molde é inserido na impressora que, por sua vez, cria um campo elétrico em torno dele.
Depois disso, um líquido especialmente projetado é borrifado sutilmente em cima do molde. Esse líquido, atualmente, é uma mistura de algodão e poliéster. Futuramente, porém, eles pretendem trabalhar com outros tipos de mistura. Devido ao campo elétrico, esse líquido se fixa no molde, formando as fibras do tecido. Ao fim do processo, você tem uma peça de roupa feita em algodão e poliéster.
Os criadores dessa fantástica impressora afirmam que ela será enviada aos consumidores com um pod líquido capaz de “imprimir” pelo menos sete gorros, quatro tops ou, então, três saias. Ou qualquer outra peça que o usuário queira fazer.
Passo a passo do processo de fabricação (Foto: Divulgação/Kickstarter)
Passo a passo do processo de fabricação (Foto: Divulgação/Kickstarter)
A campanha realizada no Kickstarter, porém, é um pouco diferente do habitual. Os interessados vão pagar para poderem testar a impressora, ao invés de ter um equipamento totalmente funcional. Desta forma, os usuários estarão ajudando os pesquisadores a aperfeiçoarem a máquina.
Infelizmente, este não é algo muito acessível aos usuários domésticos. Se você quiser adquirir um protótipo da Electroloom deverá investir ao menos US$ 4.500,00. Isso equivale a quase R$ 13.500 na cotação de hoje. O prazo de entrega das impressoras é março de 2016 e eles enviam também para o Brasil. A meta dos pesquisadores é atingir US$ 50 mil. Até o momento, faltando 27 dias para o fim da campanha, eles já conseguiram pouco mais da metade do objetivo: US$ 27 mil.
Veja um vídeo de como a "mágica" acontece:


Fonte: www.techtudo.com.br

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

17/09 - Designer apresenta projeto de "peixes-robôs" que lavam roupas sem utilizar sabão

A inspiração veio do tratamento médico com peixes que é feito com os pés imersos, nos quais os peixem se aglomeram para retirar células mortas da pele



Através do site da Electrolux Design Lab, competição mundial de design onde estudantes de graduação e pós-graduação na área são convidados a apresentar ideias inovadoras em eletrodomésticos, o design industrial Chan Yeop Jeong apresentou o conceito de uma máquina de lavar roupas que dispensa o uso de sabão.
O projeto do coreano se chama Pecera e consiste em uma "coleção de peixes-robôs" imersos no tanque de água, os quais vão lavar suas roupas. A inspiração veio do tratamento médico com peixes que é feito com os pés imersos, nos quais os peixem se aglomeram para retirar células mortas da pele. Os "peixes" da máquina de lavar detectam a sujeira na roupa e a limpa através de um movimento de sucção. A lavagem sem sabão é adequada para as peças mais delicadas, eliminando a necessidade vários ciclos de lavagem com água.
"Eu pensei no projeto da máquina de lavar sustentável, deixando as roupas limpas, sem qualquer uso de detergente", o design escreve na página do projeto. Para ele, se essa máquina for usada por cada vez mais pessoas, a natureza vai se tornar, também, cada vez menos contaminada por sabão, sendo possível manter a qualidade da água.
Outra vantagem, segundo o desenvolvedor, é que, diferentemente das atuais máquias de lavar roupa, a Pecera é bonita e compacta o suficiente para ser colocada em qualquer lugar da sua casa. 
E aí, você colocaria uma lavadora de roupas ao lado do seu sofá? 
Confira mais imagens do projeto:
Fonte: www.administradores.com.br

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

29/01 – Roupas inteligentes finalmente prontas para o mercado

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Os sinais fisiológicos podem ser vistos em um smartphone, tablet ou PC. (Imagem: Fraunhofer)

Camisa inteligente para esportistas

As roupas inteligentes – tecidos e vestimentas incorporando circuitos eletrônicos – passaram um longo tempo na fase de protótipos. Mas já está tudo pronto para que elas cheguem às lojas no Instituto de Circuitos Integrados em Erlangen, na Alemanha.

A camisa esportiva inteligente deverá estar disponível ao público no decorrer de 2014, já que um investidor está cuidando da comercialização.

A camisa eletrônica mede continuamente sinais fisiológicos, como respiração, pulsação e alterações no ritmo cardíaco – métricas usadas na avaliação de adaptabilidade ao esporte e carga de estresse.

Fibras condutorias integradas ao tecido da camisa capturam a atividade cardíaca do usuário, enquanto um elástico em volta da parte superior do corpo detecta o movimento do tórax durante a respiração. Uma unidade eletrônica removível presa com grampos digitaliza os dados brutos e calcula parâmetros adicionais, como taxas de pulsação e respiração.

Os dados são transmitidos por conexão sem fios a um smartphone ou computador, onde são avaliados e podem ser armazenados. O software analisa funções vitais durante a prática do esporte, como estresse, desempenho, esforço ou relaxamento.

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Corredores poderão evitar lesões em ligamentos ou músculos graças ao tênis de corrida “médico” (Imagem: Fraunhofer)

Dr. Tênis

Uma camisa inteligente, contudo, não tem bola de cristal para saber o que está acontecendo nos pés. E, se correr é o esporte mais popular, apesar de seus inúmeros efeitos positivos, a corrida é também um esporte com muitos efeitos colaterais indesejáveis.

Corredores correm riscos de torção ou de ferir uma articulação do tornozelo, especialmente em terreno irregular ou quando muito cansados. Sem um aquecimento adequado, quem sofre são os joelhos e músculos.

Para minimizar esses danos, seis parceiros estão desenvolvendo um tênis de corrida inteligente no Projeto RUNSAFER, financiado pela União Européia.

Sensores e circuitos eletrônicos integrados na sola do tênis medem os dados biomecânicos do atleta e avaliam a forma do corredor com a ajuda de medições em tempo real.

“Relógios de pulso ou fitas toráxicas detextam apenas sinais vitais como a respiração e a frequência cardíaca. Em contraste, nosso tênis de corrida avalia e monitora o treinamento de “forma médica”. Ele informa ao corredor, por exemplo, sobre posição incorreta do pé, carga assimétrica e alerta sobre exaustão ou sobrecarga. Nunca existiu um dispositivo comparável a este”, garante o Dr. Andreas Heinig, coordenador do grupo.

Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br

domingo, 19 de janeiro de 2014

19/01 – Terceira revolução industrial

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As novas tecnologias que permitem a customização em massa, como a impressão 3D, podem levar o mundo para a terceira revolução industrial, onde os “wearables” – tecnologia “vestível” – como relógios inteligentes, e as casas inteligentes terão também um lugar de destaque num futuro não muito distante.

A customização em massa pode alimentar aquilo que pode ser o início da terceira revolução industrial, segundo Shaun DuBravac, economista chefe na Associação de Eletrónica de Consumo (AEC). Ao mesmo tempo, a eletrónica wearable vai “explodir” este ano e as interações dos consumidores com os computadores estão tornando-se mais intuitivas, com os sensores presentes em muitos dispositivos.

DuBravac apresentou as tendências tecnológicas para 2014 antes do Consumer Electronics Show (CES) – Las Vegas, 7 a 10 Janeiro 2014. As estimativas apontam para vendas de 100 mil impressoras 3D nos EUA no próximo ano e, embora este número seja ainda relativamente pequeno (deverão ser vendidas 40 milhões de televisões nos EUA em 2014), a categoria está crescendo e em desenvolvimento. A tendência de customização em massa, contudo, não se verifica apenas na produção. Dissemina-se também de outras formas, como no software e serviços. A funcionalidade de chat de vídeo Mayday da Amazon para o seu Kindle Fire HDX, por exemplo, permite que um representante de apoio ao cliente veja e controle a tela, customizando a experiência para cada utilizador individualmente.

Outra tendência que tende a ganhar terreno é o poder dos tablets e smartphones como dispositivos de acesso à Internet preferidos. DuBravac considera que 2014 e 2015 serão os anos em que a base de dispositivos móveis irá ultrapassar os tradicionais computadores de secretária e portáteis.

Irá também haver um direcionamento para telas flexíveis, numa forma que irá exibir as possibilidades da tecnologia, embora não necessariamente o potencial comercial, pelo menos para já. DuBravac distinguiu, inclusivamente, tecnologia que é tecnicamente possível e tecnologia que é comercialmente viável. Ambas puderam ser vistas esta semana no CES e ambas, considera ele, são importantes.

Uma área onde a capacidade técnica tem sido demonstrada há vários anos sem grande sucesso comercial é a área dos wearables, mas isso deve mudar e uma multitude de novos dispositivos deverá chegar ao mercado este ano. Os relógios inteligentes e os dispositivos de monitorização de fitness são duas das categorias mais importantes e o seu sucesso está sendo impulsionado pelos smartphones e tablets que funcionam como dispositivos centrais – lidam com as necessidades de processamento, permitindo que os próprios dispositivos inteligentes sejam muito mais finos e, muito importante, mais baratos.

Ao mesmo tempo, à medida que o preço dos sensores como lentes para câmaras e acelerômetros baixa, a sua utilização está expandindo-se consideravelmente e isso significa que podem ser usados em conjunto para resolverem problemas mais complexos e propiciar uma experiência mais completa.

Um exemplo dado por DuBravac são os carros sem condutor, mas também haverá futuros exemplos nas casas inteligentes – por exemplo, aparelhos que comunicam com um smartphone e ajustam vários parâmetros automaticamente, dependendo de quão perto está uma pessoa de chegar a casa. Tanto a Samsung como a LG estão preparando grandes lançamentos para breve.

Uma última tendência da tecnologia é a monitorização da informação à medida que muda e altera a experiência. DuBravac considera que esse tipo de interação dinâmica deverá ser visto nas lojas de vestuário no futuro, com telas de preço que mudam automaticamente com base em fatores como a oferta e a procura e as condições locais do mercado.

Mais informações: http://ces.cnet.com/ 

Fonte: http://www.portugaltextil.com

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

15/01 – Intel entra para o mundo da moda

Primeira parceria envolve Open Ceremony e Barneys, com o desenvolvimento de um bracelete inteligente, mas, o fabricante de chips lança desafio global.

Durante uma das principais feiras de tecnologia do mundo, em Las Vegas (EUA), a Intel anunciou que fez parceria com duas empresas para desenvolver um bracelete inteligente. Enquanto a tecnologia embutida, que inclui comunicação sem fio, é fornecida pelo fabricante americano de chips, o design da pulseira ficou a cargo da marca britânica Open Ceremony e a venda do produto será feita pela rede de varejo de artigos de luxo Barneys New York. O anúncio é superficial. Fala do acordo em linhas gerais, sem mencionar as funcionalidades embarcadas no bracelete ou preço, nem mostra fotos. A imprensa internacional publica que o produto começa a ser vendido no final do ano, com as coleções de outono do hemisfério norte. A Intel brasileira não confirma a informação.

Para provar que fala sério sobre investir em tecnologia ‘vestível’, a Intel lançou na mesma feira o desafio global Make it wearable, pelo qual profissionais do mundo inteiro são estimulados a criar produtos de moda que as pessoas possam vestir,a partir do novo chip Edison. Reservou para a ação US$ 1,3 milhão, dos quais o primeiro lugar embolsará US$ 500 mil. Os vencedores têm a promessa de a Intel aproximá-los com empresas que possam produzir o projeto.
A disputa começa no meio do ano, com inscrições abertas a pessoas (e não empresas), de uma lista restrita de países que só será conhecida quando da abertura oficial do desafio. Os vencedores serão anunciados em janeiro de 2015. O segundo lugar receberá US$ 200 mil e o terceiro lugar, US$ 100 mil. Os outros US$ 500 mil serão distribuídos aos dez finalistas, em cotas de US$ 50 mil para cada um, “para ajudá-los a tirar as idéias do papel”, informa a Intel.
Ainda em Las Vegas, a Intel anunciou o projeto com o CFDA (Council of Fashion Designers of America), pelo qual pretende aproximar os 400 designers de moda que são membros da associação da comunidade de desenvolvedores de hardware e software que orbita em torno da Intel. “Os compromissos da CFDA são estimular a inovação da indústria da moda e à medida que enxergamos o poder da tecnologia e sua influência na moda, acreditamos que a tecnologia precisará fazer parte do DNA da indústria da moda”, disse Steven Kolb, CEO da CFDA, em comunicado ao mercado distribuído pela Intel.

Fonte: Textileindustry.ning.com

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

12/09 - Inovar: a saída para a sobrevivência

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A indústria têxtil na busca pelo aprimoramento de seus processos
para acompanhar as tendências do mercado consumidor

POR Fábio Dutra *

O tema inovação tem marcado presença na pauta de diversas empresas, instituições, entidades e governos, além de ter motivado a produção de artigos, palestras e livros. Não é por menos. O que justifica a importância dada ao tema é sua relevância para o momento em que vivemos. Desde a abertura do mercado nacional, promovida no início da década de 1990, muita coisa mudou. Na época, ainda não tínhamos estrutura de importação suficiente para que produtos importados chegassem ao nosso mercado em volumes significativos. Faltavam, dentre tantas coisas, contêineres. Hoje, o cenário é diferente. Além de ter ocorrido uma evolução (ainda insuficiente) nessa estrutura, os produtos importados também mudaram. O valor agregado a esses produtos são uma realidade, e a “simples” guerra por preços baixos já não é mais determinante para ganhar a preferência do consumidor. Além da busca por atribuir valor ao produto, a evolução dos processos deve ser perseguida pelas empresas.

A indústria brasileira – têxtil e de confecção principalmente – vive um momento em que inovar é a saída para a sobrevivência. Quem não conseguir lidar com o tema ou não der a devida importância certamente passará por sérias dificuldades. Inovar é fazer novo, diferente do que já é feito. Deve haver certo grau de ineditismo no que se propõe a realizar, seja esta inovação radical ou incremental. O importante é sabermos que a inovação nem sempre está ligada a altos investimentos e não é alcançável somente por grandes empresas.
Uma inovação é uma invenção introduzida no mercado com sucesso. E para que se alcance o sucesso é importante que a empresa consiga criar uma cultura inovadora, através da geração e seleção de ideias e da materialização destas por meio de projetos. A geração dessas ideias, invenções e inovações acontece por meio de colaboração e conexões. Ouvir colaboradores (independente do setor que atuem), clientes e fornecedores pode ser um bom ponto de partida para a geração de ideias, sejam elas voltadas à inovação de produto ou de processo.

Como exemplo de inovação de produto na área têxtil, pode-se citar alguns produtos desenvolvidos para o esporte de alto rendimento, como por exemplo, o maiôs para natação feitos pela Speedo. Os desenvolvedores se utilizaram da biomimética (capacidade de imitar a natureza) para reproduzir a pele do tubarão, reduzir a resistência na água e aumentar o desempenho dos atletas. A inovação não está somente no tecido e sim no conjunto da obra, que tem modelagem dimensionada a permitir todos os movimentos necessários para que o atleta tenha o maior rendimento possível nas piscinas. A indústria têxtil e de confecção ainda tem bastante a evoluir neste sentido, quebrando paradigmas e aprimorando seus processos para acompanhar as tendências do mercado consumidor. Cada vez mais o mercado caminha para a customização. A produção em massa, com o passar do tempo, perderá sua competitividade e talvez até sua razão de existir para a maioria dos segmentos voltados ao consumo. O consumidor quer novidade, agilidade e velocidade no giro dos produtos nas vitrines. Isso é o que o motiva a compra. Há também a inovação em marketing, alcançada com maestria por algumas empresas. Talvez um dos mais emblemáticos dos exemplos seja o caso da marca Havaianas, que reposicionou seu produto no mercado de forma esplêndida. O quarto tipo é a inovação organizacional, em que a empresa promove uma mudança na estrutura organizacional ou nas práticas de gestão e negócio, buscando aumentar seu desempenho. Há inúmeros exemplos quanto a este tipo de inovação, que vai de Google a Cirque Du Soleil.

Indústrias têxteis e centros de pesquisa espalhados pelo mundo têm gerado ideias inovadoras na área têxtil, que extrapolam as barreiras de cama, mesa, banho, vestuário e outros segmentos que estamos acostumados a associar com a produção têxtil. As áreas chave vão de saúde e bem-estar à segurança e proteção, passando por vestuário de  alta-performance, habitat e transporte. Trabalhos realizados com fibras alternativas e materiais em nano escala permitem atribuir funcionalidades aos produtos sem que se perca o conforto ou a maleabilidade da peça. São inúmeros os exemplos de inovação, dentre eles pode-se citar toalhas com condutores térmicos utilizadas em tratamentos através de termoterapia ou roupas íntimas para incontinência urinária, mantendo as mesmas características e conforto das peças comuns. Algumas inovações ainda não são acessíveis a todas as indústrias por demandarem investimentos maiores. Contudo, há fontes de fomento dispostas a financiar projetos de caráter inovador. Para que isso aconteça é importante que as empresas busquem informações e auxílio em institutos de pesquisa para desenvolvimento de projetos em conjunto. A inovação não nasce num estalar de dedos ou da noite para o dia. É um processo de busca constante por informação e de geração de conhecimento. A criatividade é um processo que envolve imaginação, conhecimento e capacidade de avaliação. Porém, é preciso começar o quanto antes!

image *Gerente Técnico do Instituto Senai de Tecnologia Têxtil Vestuário e Design em Santa Catarina.
É Administrador de Empresas e Especialista em Engenharia de Produção e Gestão Estratégica Empresarial.

Fonte: http://www.usefashion.com

domingo, 4 de agosto de 2013

04/08 – Roupa “Made in America” – Parte 1

Apesar da produção de vestuário nos EUA ser mais cara do que em muitos dos destinos privilegiados para sourcing, parece que as diferenças estão sendo reduzidas, face à escalada dos preços nesses países. Mas neste processo de revitalização do “made in America”, a empresa Maker's Row pode estar tendo um papel-chave.

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Quando Roberto Torres e os seus sócios fundaram, em 2008, a empresa de vestuário Black & Denim, sediada na Flórida, estavam longe de imaginar o longo tempo necessário para transformar o “made in America” em realidade. “Passamos os primeiros três anos tentando encontrar fornecedores nos EUA”, revela Roberto Torres.

O processo da Black & Denim para encontrar a cadeia de suprimentos doméstica incluiu diversas e longas viagens.Torres passou semanas visitando fábricas na Chinatown de Nova Iorque, em Los Angeles e em El Paso no Texas, à procura de um fabricante para responder às necessidades de um designer de moda masculina de Tampa – Florida.

Depois de finalmente encontrar alguns fabricantes, Torres e os sócios terminaram o seu plano de negócios. A primeira coleção masculina da Black & Denim foi lançada no outono de 2010. Em 2012, as receitas foram de 100 mil dólares.

Para cada pequeno designer existente nos EUA, há o potencial para colocar pessoas trabalhando em muitas outras pequenas e médias empresas. A Black & Denim lida diariamente com cerca de 10 fornecedores, incluindo de denim, algodão, couro, acabamentos, bordados, confecção e expedição. “Como empresa, estamos afetando outras 10 empresas. Produzir nos EUA é, desta forma, significativo”, afirma Torres.

E manter a produção nos EUA não é apenas uma boa jogada de marketing. “Ter aqui o controle da qualidade é fundamental”, considera Torres. “Isso permite-nos reagir melhor e mais rapidamente ao mercado. Permite-nos catapultar ou iniciar tendências que outras pessoas possam seguir. Não é apenas um benefício, é a forma como fazemos o negócio”, explica.

Mesmo assim, quando a decisão foi tomada para ramificar a oferta para a moda feminina, houve a desagradável percepção de que novos fornecedores teriam que ser procurados. Então Torres encontrou a Empresa Maker's Row, um serviço de listagem de fabricantes de vestuário dos EUA. Sendo o único sócio que trabalha em tempo integral na empresa, monitora cuidadosamente “tudo que tenha a ver com moda e tecnologia”. Três meses depois de encontrar a Maker's Row, a sua procura por fornecedores foi concluída. Torres diz que a extensa lista de empresas presentes na Maker's Row não só tornou mais fácil encontrar fabricantes, como também permitiu-lhe negociar melhores contratos.

Hoje em dia, uma nova geração de empresas está ajudando os empresários americanos a capitalizar com a revolução industrial das pequenas produções. Na sede da Maker's Row, os fundadores do website, Matthew Burnett e Tanya Menendez, estão determinados em reunir os designers e os fabricantes que possam ajudá-los a transformar as suas ideias em realidades lucrativas. Em suma, querem que o “made in America” entre outra vez na moda.

Apesar do MakersRow.com ter sido lançado apenas em novembro de 2012, o website parece estar no caminho certo para se tornar no Match.com da produção americana.

A primeira parceria de Burnett com Menendez (então um empregado da Goldman Sachs trabalhando em projetos de automação) ocorreu no final de 2010 para construir a Brooklyn Bakery, uma empresa de artigos de couro de fabricação americana.

Anteriormente, Burnett tentou a sua sorte com a tentativa de fabricar no exterior, através da sua primeira experiência empresarial, uma empresa de relógios chamada SteelCake. Ele recebeu um interesse significativo por parte das lojas, e celebridades como Kanye West usavam os relógios. Mas a sua dependência em fábricas no exterior afundou o negócio, conforme vamos revela a segunda parte deste artigo que publicaremos em breve.

Fonte: Reuters