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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

29/08 – Brasil – Grande Exportador de Vestuário e Têxtil... podemos chegar lá?

O Comércio Têxtil e Vestuário mundial sempre esteve às voltas com o protecionismo – década de 50 e 60 – restrições impostas às exportações aos países em desenvolvimento, década de 70 – restrição as fibras de lã, artificiais e sintéticas.
Na década de 90 na rodada do Uruguai, criou-se um acordo transitório de 10 anos, para eliminação de barreiras tarifárias, que ao final englobaria cerca de 50% dos produtos Têxteis e Vestuário.
Em 31/12/2004 ocorre o fim das restrições quantitativas (cotas) ao comércio mundial de Têxteis e Vestuário e com isso a migração da produção para principalmente o sudeste asiático (Malásia, Tailândia, Filipinas, Indonésia, Sri Lanka, Ilhas Maurícius, dentre outros), além de China e Índia.
A partir de então, temos um novo cenário mundial:
- importadores livres para comprar onde quiserem;
- aumento da oferta de produtos e redução dos preços internacionais;
- risco para os países amparados pelo regime de cotas (fábricas e procedimentos desatualizados);
- virtuais países fortalecidos: China e Índia.
Sobre a China:
- Altos investimentos nos últimos anos;
- Destino de 70% das máquinas vendidas no mundo nos últimos anos;
- Aumentou em praticamente dez vezes sua participação nas importações brasileiras nos últimos sete anos (passou de 3,8% em 2000 para 33% em 2007);
- Protocolo de adesão à OMC em 2001: Salvaguardas têxteis até 2008, e transitórias até 2013.


Participação dos países no Comércio Mundial de Vestuário (Market Share): (*)
China 30,6 – União Européia 26,8 – Turquia 3,8 – Índia 3,3 – México 2,0 – Indonésia 1,8 – Paquistão 1,3% e Brasil 0,1 !!!!!

(*)Fonte OMC

Atualmente o mercado mundial de Têxteis e Vestuário é estimado em US$ 500 bilhões. Em 2014 este número deve ser de US$ 800 bilhões, o que nos mostra que a ínfima participação do Brasil no setor, poderia se transformar na mola propulsora de investimentos e crescimento acentuado, até pela facilidade e conhecimento que nosso país tem sobre o setor, já que estamos entre os cinco maiores produtores.
Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Itália, França, Espanha, Holanda, Japão e a própria China, são os grandes importadores de produtos Têxteis e Vestuário, representando quase US$ 300 bilhões anuais.











Quanto às exportações chinesas, estima-se que até 2011 ela represente 50% do mercado
mundial.
Fonte de Pesquisa: ABIT

Quais políticas nossos empresários e governantes poderiam implementar que possibilitasse nosso país aumentar esta participação quase insignificante no mercado mundial? Os números absolutos mostram que isto é plenamente possível e altamente positivo.
Quem é do meio sabe: temos competência, criatividade e inteligência para crescermos em muito esta participação.
Políticas de exportações e também acesso a maquinário de ponta e novas tecnologias são possibilidades muito interessantes.
Porém o dever de casa de cada empresa também deve ser cumprido:
- atitudes simples de organização e análise interna;
- atitudes mais ousadas ao utilizar softwares de gerenciamento possibilitando maior controle e informação, permitindo também visualizar onde estão seus “problemas” e “gargalos”;
- a análise correta dos custos que a empresa realmente tem, não permitindo que custos de ingerência ou de incompetência sejam encobertos e repassados para o cliente;
- instituir sem receios, políticas internas de ganha-ganha com seus colaboradores (lembre da transparência das informações – imprescindível para o sucesso);
- mostrar a seus clientes e fornecedores que você é responsável também pelo sucesso deles – a empresa é uma extensão... uma parte da cadeia produtiva e comercial que faz parte do todo!

É isso ai pessoal... nada fácil a missão, mas também não tão difícil assim....
Grande abraço a todos!!!!

Sandro F. Voltolini

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

27/08 - Desmistificando o RFID (Identificação por Rádio Frequência ou Radio-Frequency IDentification)

Trata-se de um método de identificação automática através de sinais de rádio, recuperando e armazenando dados remotamente através de dispositivos chamados de tags RFID. Uma tag RFID é um pequeno objeto, que pode ser colocado em uma pessoa, animal ou produto. Ele contém chips de silício e antenas que lhe permitem responder aos sinais de rádio enviados por uma base transmissora (Fonte:Wikipédia).
A forma de funcionamento da tecnologia RFID é essencialmente, a que trata do fluxo de informação — quais os artigos que chegaram, os que saíram quando ocorreu uma movimentação no processo e para onde foram os artigos.
Eis como funciona o processo: cada etiqueta de RFID dispõe de um chip interno que pode armazenar informação. Você programa os chips de modo a transmitirem informação pertinente e depois imprime as etiquetas e coloca-as naquilo que quer controlar (por exemplo, nos artigos manufaturados, pallets, cartões ou mesmo em equipamentos). Os dispositivos associados, chamados leitores, recebem os sinais que os chips transmitem. Os leitores, que dispõem do seu próprio endereço IP, tal como qualquer outro dispositivo de rede, transmitem a informação para um dispositivo conhecido como "edge server" (servidor com placas de rede), que consolida a informação enviada pelos leitores. O "edge server" executa uma aplicação middleware (software personalizado) que transmite os dados regularmente para uma aplicação de gestão da cadeia de fornecimento, gestão do relacionamento com os clientes, ou ERP.
É necessário determinar qual a informação que pretende ser controlada. O controle de movimentos de inventário é apenas uma das capacidades da tecnologia RFID, que também pode obter etiquetas sofisticadas que funcionam como sensores e controlar variáveis como a temperatura. Por exemplo, uma empresa agrícola estuda a possibilidade de colocação de etiquetas RFID nas caixas dos produtos, para determinar as melhores condições de crescimento dos seus produtos.

Na cadeia têxtil e de confecção ainda se estuda como fazer a utilização dela para grandes quantidades de produtos (artigos do vestuário), principalmente em função dos custos das etiquetas... A expectativa é que esses bens de menor valor necessitem de etiquetas com custo entre 0,1 e 1 centavo de dólar, e a previsão da IDTechEx (http://www.idtechex.com/) é que isso se viabilize apenas em 2012. Para produtos com valor um pouco maior, como medicamentos, o custo aceitável ficaria na casa dos 10 a 30 centavos de dólar, sendo este o mercado em que a adoção dos RFID para itens individuais já está em andamento.

Ficou fácil de entender agora? Em breve postarei mais informações sobre esta tecnologia que está ai a nossa porta.

Sucesso a todos...

Sandro F. Voltolini

domingo, 24 de agosto de 2008

24/08 - Coteminas no Haiti

A Coteminas, um dos maiores produtores mundiais de artigos de cama, mesa e banho, pretende instalar fábrica no Haiti, com a finalidade de atingir o mercado americano de maneira mais fácil. Enviará matéria prima brasileira para aquele país onde irá confeccionar parte de seus produtos.
Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas e filho do vice-presidente José Alencar, diz: "O Brasil é um reconhecido colaborador do processo de resgatar o Haiti. O país tem o direito de pleitear um tratamento preferencial (para a instalação da fábrica)". O empresário já esteve pessoalmente no Haiti e conversou com produtores locais em busca de parceiros. A indústria têxtil haitiana, que chegou a ter mais de 100 companhias na década de 80, hoje conta com pouco menos de 20 empresas. Mesmo assim, ainda representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e 68% das exportações. Os benefícios de uma fábrica da Coteminas para um país pobre como o Haiti são óbvios. Cerca de 80% da população está desempregada. O governo brasileiro também sai ganhando. "A saída das forças de paz está relacionada à segurança e ao desenvolvimento econômico", avaliou o embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman.
Observando os números abaixo é fácil entender também outros motivos para a escolha.
Segundo a consultoria têxtil Werner International, com sede na Bélgica, o custo da mão de obra no setor de confecções têxteis, em dólar/hora apresenta os seguintes valores nestes países: Itália 20,05 – Estados Unidos 16,92 – Polônia 4,62 – Brasil 3,27 – Argentina 3,00 – Turquia 2,96 – México 2,45 – China interior 0,55 – Haiti 0,50 – Vietnã 0,46 e Bangladesh 0,28 !!!!!!
Os números falam por si só!!!!
Até mais, pessoal!!!!

Sandro F. Voltolini

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

21/08 - Toalhas produzidas de forma ecológica e robôs que "enxergam".

Empresas de Santa Catarina se destacam pelo desenvolvimento de produtos pioneiros em parceria com o Senai com redução de custos e melhorias no processo produtivo.
A inovação é hoje um pré-requisito para a competitividade das empresas, mas precisa ser conduzida de maneira eficiente para que proporcione bons resultados. O Estado de Santa Catarina possui dois exemplos que mostram como isso é possível.

O primeiro deles vem de uma empresa tradicional no mercado, a Buettner S.A., que colocará no mercado em 2008 toalhas com 100% do processamento do algodão de forma orgânica. A segunda iniciativa começa a dotar de "visão" robôs utilizados para controle de qualidade de produtos, e é desenvolvida pela Pollux, pioneira na América Latina na indústria de sistemas de visão. As duas trabalham em parceria com o Senai de
Santa Catarina, apoiadas pelo Departamento Nacional do Senai.

"Esse trabalho conjunto proporciona inúmeros benefícios para as empresas do estado, como abertura de novos mercados, redução de custos, melhorias no processo produtivo e desenvolvimento de novos produtos. O resultado é o aumento da competitividade", afirma Claudia Romani, do Núcleo Tecnologia do Senai/SC.

O supervisor de Engenharia de Produtos e coordenador do Comitê de Inovação da Buettner S.A., Edvânio Duarte, informa que a empresa irá apresentar ao mercado uma toalha totalmente natural, do plantio do algodão ao acabamento. "Só utilizamos água e produtos naturais", diz. A fabricação de toalhas sem produtos químicos traz vantagens para a empresa, como a redução no consumo de água, vapor e energia elétrica durante a produção. Além disso, possibilita a abertura de novos mercados, especialmente na Europa, onde a preocupação ambiental é crescente.

Com sede em Brusque, a empresa produz 450 toneladas de toalhas/mês, sendo 30% para o mercado externo. A toalha natural terá uma produção inicial de cinco toneladas/ ano. "O volume não é maior porque dependemos da colheita da fibra orgânica produzida na Paraíba, mas será todo direcionado para um público específico, das classes A e B", acrescenta.

Outra empresa parceira do Senai é a Pollux, de Joinville, que começa a testar um produto inovador na área de sistemas de visão para máquinas industriais. O presidente da companhia, José Rizzo Hahn Filho, explica que sua equipe está desenvolvendo um sistema que dará "visão" a robôs utilizados para controle da qualidade de produtos em linhas de fabricação e embalagem, como falta de peças, tampas ou rótulos.

"Hoje, muitas empresas já utilizam esses robôs, mas eles são 'cegos', fixos e com trajetórias predefinidas. Isto é, fazem sempre o mesmo movimento", explica. Com o novo sistema, estarão ligados a câmeras que simulam a visão humana e serão móveis. Isso permitirá que o movimento dos equipamentos seja mais "natural" e adaptável a situações diferentes. O produto está em testes na Tupy, empresa catarinense que produz peças para o setor automotivo. "Outros cinco projetos estão em andamento", adianta o empresário.

Júlio Cesar Raycik, do Núcleo de Automação e Informática do Senai de Joinville, que participa do projeto, acrescenta que as principais vantagens geradas por essa tecnologia estão na redução de 50% do tempo de verificação de falhas de produção; redução de 10% dos custos de produção e otimização e prevenção de recalls. "Além disso, o equipamento proporciona inspeção de 100% da produção e preserva a atividade humana, exposta à fadiga e a erros neste tipo de operação", finaliza.


(Fonte: Boletim Tecnológico Senai Inovação III)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

19/08 - Febratex/2008 - A tecnologia mundial mais perto de nós...

A Febratex/2008, que aconteceu em Blumenau de 12 a 15/08, mostrou inovações, sejam tecnológicas, marcadas principalmente por máquinas ultra-modernas e extremamente automatizadas e de novos sistemas de produção e gerenciamento das atividades industriais ou de idéias mais simples, mas com ótimos resultados.
Em balanço parcial divulgado pelo Grupo Fcem, empresa organizadora da Febratex 2008, realizada na Vila Germânica, em Blumenau, foram comercializados durante os quatro dias da feira, cerca de R$ 1 bilhão e 390 milhões. Este valor, porém, poderá aumentar já que muitas empresas fecham negócios nos meses após o evento. O número de visitantes chegou a 80.870. Em sua 11ª edição, a Feira Brasileira para a Indústria Têxtil, considerada hoje a maior do setor na América Latina, superou as expectativas de expositores e organizadores. “A Febratex já faz parte da cidade de Blumenau. Mais do que viabilizar a comercialização de máquinas e equipamentos, a feira agregou para a região, desde a sua primeira edição, uma nova realidade social e econômica”, ressalta Hélvio Roberto Pompeo Madeira, diretor-presidente do Grupo FCEM.
O que chamou muito a atenção também foi a participação das pequenas confecções no evento, o que tornou a feira ainda mais movimentada e disputada, principalmente pelos expositores de máquinas, aparelhos e acessórios e também de softwares para gestão.
Quem participou não se decepcionou. A feira deu um show de novidades, organização, participação globalizada e de muita gente bonita.
A expectativa, sem dúvida, é que tenhamos feiras cada vez mais fortes e mais concorridas... ou alguém duvida disso? De qualquer forma, todos ganham!
Sucesso a todos!!!!