Páginas

terça-feira, 30 de setembro de 2008

30/09- A aplicação da Nanotecnologia em têxteis

Nano é uma designação de comprimento, de tamanho. Uma coisa “nano” mede um bilionésimo de metro. Um bilionésimo de metro chama-se "nanômetro", da mesma forma que um milésimo de metro chama-se "milímetro". "Nano" é um prefixo que vem do grego antigo e significa "anão". A nanotecnologia foi desenvolvida para criar e manipular partículas menores que átomos e moléculas. Ela surgiu em 1959, ano em que no dia 29 de dezembro, no CalTech, Califórnia, o físico Richard Feynman proferiu, na Reunião Anual da American Physical Society, a palestra "There's plenty of room at the bottom" ("Há mais espaços lá embaixo"). Feynman anunciava ser possível condensar, na cabeça de um alfinete, as páginas dos 24 volumes da Enciclopédia Britânica para, desse modo, afirmar que muitas descobertas se fariam com a fabricação de materiais em escala atômica e molecular. Contudo, só nos anos 80 o visionarismo de Feynman começou a encontrar condições de apoio econômico e de investimento científico e tecnológico para começar a tornar-se realidade. Inicialmente, os produtos nano foram desenvolvidos para aumentar a capacidade de armazenamento dos computadores e reduzir seu tamanho, aumentar a eficácia de remédios, criar materiais mais leves e mais resistentes, entre outros.
Mas a indústria têxtil também resolveu se beneficiar da nanotecnologia.
A aplicação da nanotecnologia na indústria têxtil ainda é muito recente. Fóruns mundiais ainda são realizados para esclarecer entre os próprios produtores as finalidades deste tipo de tecnologia e a forma que ela é aplicada. A nanotecnologia (ou qualquer outra tecnologia criada) não diz respeito apenas à mecânica e à informática. Nos têxteis a nanotecnologia serve para dar novas características a fibras, fios e tecidos. Talvez alguma fibra nano seja desenvolvida, mas isto ainda não foi discutido.
Então, de que forma a nanotecnologia atua na indústria têxtil? Através de materiais nano, muitíssimo pequenos, os fabricantes podem conferir novas propriedades aos tecidos dando, assim, uma nova funcionalidade a eles. A nanotecnologia permite que os tecidos tenham características especiais como antibactericida a base de prata, minúsculas cápsulas de agentes hidratantes, desodorizantes, repelentes de insectos e anti-tabaco. E isto para citar apenas alguns exemplos. Sem a nanotecnologia não seria possível tais aplicações pois elas ficam entre as fibras dos tecidos. Em escala maior, se partículas maiores de prata (que é anti-bactericida e anti-microbiana) fossem aplicadas aos tecidos acabariam influenciando a textura e o toque do tecido, deixando-o áspero. Vira e mexe e a tecnologia busca inspiração ou comparações com a natureza. Recentemente cientistas, ao analisar um pequeno lagarto chamado geco, ficaram surpresos com sua capacidade de aderir a lugares com apenas um dedo. Eles descobriram que este feito era possível por causa de pêlos microscópicos elásticos que o lagarto possui nos dedos e patas. A partir desta informação desenvolveram pêlos sintéticos a partir de nanotubos de carbono que possuem força de adesão 200 vezes maiores até do que as lagarto geco. Outra descoberta partiu da observação da superfície da amora e da flor de lotus. Criando partículas com a mesma superfície rugosa os cientistas puderam desenvolver tecidos “hidrofóbicos” ou que repelem água.

A nanotecnologia ainda caminha a passos lentos por causa de um único fator: dinheiro. Além de precisar de um grande investimento financeiro para realizar as pesquisas, os produtos até agora desenvolvidos custam muito caro, sendo assim inacessíveis ao grande público. E é um círculo vicioso: quanto mais um produto é adquirido mais barato ele fica. E, para ser adquirido, ele precisa ser barato. A nanotecnologia tem contado com investimentos privados ao redor do mundo. Aqui no Brasil a Embrapa tem feito o papel de desenvolvedora da nanotecnologia. No entanto a maior barreira tem sido convencer os consumidores da utilidade de tais produtos.
Fonte: Revista Sintética

Sucesso à todos.

Sandro F. Voltolini

terça-feira, 23 de setembro de 2008

23/09 - Tecnologia invisível promete surpreender visitantes na NANOTEC 2008

As mais recentes descobertas da Nanotecnologia serão exibidas na 4ª Feira e Congresso Internacional de Nanotecnologia (Nanotec 2008), programada para acontecer de 12 a 14 de novembro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP). O evento vai demonstrar o poder incrível das novas estruturas de átomos que podem alterar e aumentar a eficiência de uma série de produtos. A Promove Feiras, juntamente com as entidades co-promotoras Fiesp, Abimaq, Abinee, Abiplast, Abiquim, Abit e Sindipeças, estimam receber sete mil visitantes entre representantes da indústria brasileira e da América Latina, além de pesquisadores, representantes acadêmicos, governamentais e entidades de classe. Este ano, o foco do evento está baseado em três pontos: econômico, estratégico e tecnológico. Serão apresentadas as oportunidades que a nanotecnologia gera, quais estratégias para se tornar mais competitivo no mercado e quais as novidades tecnológicas disponíveis tanto no Brasil como lá fora. “Temos que aproximar a iniciativa privada da comunidade científica. Só assim seremos competitivos o bastante para usufruir de todos os benefícios da nanotecnologia”, ressaltou o idealizador e diretor da Promove Eventos, Ronaldo Marchese.
A Nanotec Expo 2008 coloca-se como a principal vitrine latino americana de nanotecnologias e o mais importante evento de tecnologia e negócios voltado para as comunidades científicas e empresariais.Os mais avançados centros de P&D, as mais destacadas universidades e inúmeras empresas estarão expondo na Nanotec Expo 2008 projetos, produtos e soluções nanotecnológicas em diversas áreas (B2B), com ênfase especial para os setores industriais co-promotores do evento :
· Químico;
· Plástico;
· Eletro-Eletrônico;
· Têxteis;
· Autopeças.
No setor têxtil, as nanopartículas que aumentam a qualidade e a durabilidade dos produtos já são aplicadas com êxito em lençóis, uniformes hospitalares, aventais, luvas, roupas íntimas e as esportivas, que necessitam de alta performance. Atualmente, mais de 500 produtos de consumo já incorporam algum tipo de benefício nano, utilizando nanopartículas ou algum outro nanocompósito. Em 2007, o mercado de produtos "nano" movimentou mais de US$ 88 bilhões somente nos Estados Unidos. As projeções para 2014 indicam que o mercado mundial dos produtos com algum tipo de nanotecnologia incorporado atingirá US$ 2,6 trilhões, cerca de 15% do mercado global.
Simultaneamente à feira será realizado o Congresso Nanotec 2008, abordando diversos aspectos da nanotecnologia de forma pragmática e centrada nas principais questões que afetam a realidade empresarial. As conferências, palestras e painéis serão apresentados por renomados cientistas, pesquisadores, empresários e especialistas nacionais e internacionais.
Se você quer saber mais sobre essa fantástica tecnologia, considerada por especialistas como a 5ª Revolução Industrial, não deixe de visitar a feira.
Mais informações podem se obtidas no site: www.nanotecexpo.com.br
Sucesso a todos!!!
Sandro F. Voltolini

domingo, 21 de setembro de 2008

21/09 - Balanced Scorecard (BSC) - Indicador de desempenho

Olá, pessoal!! Há alguns dias atrás me perguntaram se conhecia a expressão BSC ou balanced scorecard, então percebi que valeria a pena escrever um pouco sobre o assunto... A seguir, transcrevo algumas informações a respeito.
Segundo Kaplan e Norton (1992) frustrados com as inadequações dos sistemas tradicionais de mensuração do desempenho, alguns gerentes deixaram de lado os indicadores financeiros, como retorno sobre o patrimônio liquido e lucro por ação. “Efetue melhorias operacionais e os números as refletirão”, é o argumento. Mas os gerentes não querem escolher entre indicadores e operacionais. Os executivos almejam um conjunto equilibrado de indicadores que lhes permita visualizar a empresa sob várias perspectivas ao mesmo tempo.
O balanced scorecard (BSC) é esse indicador de desempenho que permite aos gerentes terem uma visão geral de toda a organização. Inclui indicadores financeiros que mostram o resultado das ações do passado, e os complementa com três conjuntos de indicadores operacionais, relacionados com a satisfação dos clientes, dos processos internos e com a capacidade da organização de aprender a melhorar – atividades que impulsionam o desempenho financeiro futuro.
Kaplan e Norton (1993) declaram em seu artigo “Colocando em funcionamento o Balanced Scorecard” que muito mais que um mero exercício de mensuração, o BSC é um sistema gerencial capaz de motivar melhorias drásticas em áreas criticas como produtos, processo, clientes e mercados.
O BSC é uma metodologia de medição de desempenho da organização. Podemos considerar o BSC como um instrumento de gestão estratégica e não apenas um conjunto de indicadores. Este introduz uma nova visão de medida de desempenho, não somente aquela baseada em análises financeiras. Ao contrário, o BSC permite aos gerentes terem uma visão geral de toda empresa através de quatro importantes perspectivas:
a) Perspectiva dos Consumidores: Como os consumidores vêem a organização;
b) Perspectiva Interna: O que é necessário fazer para a empresa se sobressair?
c) Perspectiva de Inovação e Aprendizagem: Pode a empresa continuar melhorando e criando valor?
d) Perspectiva Financeira: Como a empresa olha para os acionistas?
Quanto a cada uma das perspectivas do balanced scorecard (BSC), a perspectiva interna está relacionada à necessidade da empresa em identificar sua core competence. A empresa tem de identificar quais são suas maiores qualidades e buscar desenvolvê-la, assim conseguirá atingir uma vantagem competitiva que dificilmente será alcançada por qualquer outra organização. Essa core competence pode ser tornar no que Slack et al (1999) denomina de critério ganhador de pedido e não apenas qualificador. Quanto à perspectiva de inovação e aprendizagem, a organização deve envolver-se num processo de melhoria continua do seu processo produtivo e ter a habilidade de lançar novos produtos no mercado com capacidade expandida.
Quanto a última perspectiva, a financeira, embora muitos argumentem que esta não seja uma boa medida de desempenho, deve-se ressaltar que esta é uma medida valorizada pelos acionistas da empresa. Portanto deixá-la à parte pode ser prejudicial à imagem da empresa perante o mercado.

Visão geral das perspectivas do BSC:
Fonte: X SIMPEP, Simpósio de Engenharia de Produção, Bauru, São Paulo
Sucesso à todos!!!
Grande abraço.
Sandro F. Voltolini

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

17/09 - Setor têxtil ultrapassa US$ 1 bilhão de déficit

Nos primeiros oito meses deste ano, o setor têxtil e de confecção brasileiro fechou a balança comercial com saldo negativo de US$ 1,11 bilhão. No total, foram importados de janeiro a agosto US$ 2,57 bilhões em produtos, contra US$ 1,46 bilhão exportados. Esse foi o pior resultado apresentado pelo setor desde 1990.

“O déficit de mais de US$ 1 bilhão é preocupante, mas já era previsível. Mesmo que medidas urgentes sejam implementadas agora, só surtirão efeito nos próximos exercícios. Por isso, é muito importante que seja acelerada a aprovação da Reforma Tributária, bem como intensificada a fiscalização do comércio ilegal. De forma pró-ativa, a ABIT, juntamente com o Governo, caminha para obter um provável acordo comercial com grandes mercados consumidores, o que também poderá alavancar a produção sensivelmente, mas não a curto prazo. Nesta semana, uma comitiva de empresários esteve em Washington e no México, aprofundando as discussões com o setor têxtil desses países” declarou Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Associação.

Exportações

No acumulado janeiro a agosto as exportações brasileiras de produtos têxteis e confeccionados apresentaram crescimento de 4,35% em termos de valor e 10,76% em volume, se comparado ao mesmo período do ano passado. Quando excluídas as fibras de algodão, o quadro se inverte: as exportações tiveram queda de 4,2% em termos de valor e 11,74% em termos de volume. Houve alta dos embarques de produtos como: fibras de algodão (+ 69,85%), tecidos de filamentos (+ 10,27%) e tecidos de malha (+ 17,26%).

Importações

Nos oito primeiros meses de 2008, quando comparados ao mesmo período de 2007, as importações apresentaram crescimento de 35,01% em termos de valor e 10,83% em volume, quando incluídas as fibras de algodão. Desconsiderando este insumo, os números são mais alarmantes: as importações tiveram crescimento de 41,26% em termos de valor e 25,74% em termos de volume. Os principais produtos importados foram fios (+ 46,02%), tecidos (+ 53,87%) e confecções (+ 49,11%). Entretanto, houve queda nas importações de fibras têxteis (- 16,12%), com destaque para poliamida (- 11,79%), viscose (- 34,81%) e algodão (- 56,95%).

O setor de Vestuário continua apresentado os resultados mais impactantes. Em valores, o setor têxtil importou nos oito primeiros meses US$ 447,01 milhões ou 44,28% mais que em igual período do ano passado.

Balança

No acumulado janeiro a agosto, o saldo comercial da cadeia têxtil brasileira fechou em US$ 1,11 bilhão negativo, contra US$ 506 milhões negativos no mesmo período de 2007. Em 2006, o déficit nos oito primeiros meses do ano era de US$ 54,22 milhões. A expressiva piora nos resultados é decorrente do aumento das importações, conseqüência da valorização do Real frente ao dólar e de fatores macroeconômicos adversos, que tornam o produto nacional menos competitivo no preço.

Agosto

No mês de agosto deste ano, a balança comercial de produtos têxteis e confeccionados do Brasil manteve-se em déficit. As exportações somaram US$ 212,8 milhões, o que representa uma queda de 6,59% em relação ao mesmo mês do ano passado. Por sua vez, as importações alcançaram US$ 346,6 milhões, uma alta de 26,52 % quando em comparação a agosto de 2007. Se excluirmos as fibras de algodão, em relação ao mesmo mês do ano passado, as exportações caíram 14,99% e as importações tiveram aumento de 27,87%.

O saldo comercial ficou negativo: US$ - 133,8 milhões. Este foi o pior saldo registrado em agosto, quando analisados os últimos vinte anos.


Panorama do Setor

Balança Comercial de Produtos Têxteis e Confeccionados do Brasil


Fonte: ABIT

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

15/09 - Renaux® aumento de produção e tecidos tecnológicos

A Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A cresceu cerca de 30% em vendas e produção em metros de tecidos, no primeiro semestre de 2008. O aumento ocorreu devido à expansão na demanda de tecidos planos no mercado interno e o retorno do xadrez à moda, carro-chefe da tecelagem. O segundo trimestre foi o mais significativo, encerrando com crescimento de 38,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Nas vendas físicas 78% da produção destinaram-se ao mercado interno e 22% para o externo. A produção do semestre foi 50% de fio tinto (xadrez e listras) e o restante de Unis (tecido liso). Em 2008, a empresa está investindo em capacitação e treinamento profissional, além de analisar compra de novos teares.
Para a coleção Inverno 2009, a Renaux® apresentou uma novidade, a linha de tecidos tecnológicos RNX Tech, com qualidades especiais percebidas desde o toque macio, até beneficiamentos com hidratantes que ajudam na conservação da vitalidade da pele.
Confira mais detalhes dos tecidos tecnológicos:

- Bacteriostático: bloqueia a proliferação de colônias de bactérias, evitando odores indesejados.
- Teflon®: facilita a remoção de sujeiras, repelente aos óleos, a água e graxas.
- Antiodor: reduz o mau odor que fica impregnado nas fibras do algodão. Essa tecnologia permite ficar exposto a diversos tipos de maus odores, como por exemplo, frituras e a nicotina.
- Essence: encapsula aromas, permitindo que a roupa permaneça com o cheiro de roupa limpa ao longo do uso.
- Hidratante: combinação de substâncias naturais (Aloe Vera / Vitamina E/ Jojoba) com função de conservar e proteger a pele do envelhecimento, além de hidratar e melhorar sensivelmente o conforto.
- Conforto térmico: tecido com finalidade de causar o efeito de frescor ou calor, assim como o de oferecer um toque mais agradável sem, no entanto, bloquear a transpiração.
Fonte: Renaux
Sandro F. Voltolini

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

12/09 - Dia do Profissional Têxtil e de Confecções

Grande abraço ao Profissional Têxtil e de Confecções... hoje é o seu dia!!!!
Esta data foi instituída em Fortaleza-CE em 12 de Setembro de 1980 durante o IX Congresso Nacional da ABTT.
São hoje mais de 1.650.000 profissionais que atuam nas mais de 30.000 empresas, colocando o Brasil no posto de 6o. maior produtor mundial de têxteis e confeccionados, 5o. de malha e 2o. de índigo.
Fica aqui o meu registro pela passagem desta data.
Valeu, pessoal!!!!
Sandro Voltolini

terça-feira, 9 de setembro de 2008

09/09 - As dificuldades na implantação do sistema ERP na empresa

A implantação de um novo ERP(Enterprise Resource Planning) traz muitas novidades a empresa e aos seus usuários. Sendo a mesma realizada de forma gradual auxilia para que o impacto seja assimilado por todos. Talvez muitos de vocês já tenham presenciado a situação de ver uma empresa ou colega de trabalho insatisfeito com o sistema ERP. Seja insatisfação com a equipe de suporte interna de informática, seja por falta de recursos oferecidos pelos sistemas, seja por falta de credibilidade das informações, enfim, os motivos são vários e eu poderia preencher toda uma página com eles.
Nos primórdios, na década de 80 e 90, os sistemas eram desenvolvidos internamente pelas próprias empresas. Isto gerava muitas frustrações aos operadores e aos diretores das organizações. Primeiramente, o setor/ departamento de informática era (ou ainda é) formado por pessoas recém formadas ou então por profissionais que integravam outras áreas da empresa. A área recém estabelecida não tinha a maturidade do negócio ainda. A falha de comunicação entre profissionais da informática com outras áreas da empresa era (e ainda é) muito comum. A informática era vista como “um bicho de sete cabeças” e existiam freqüentes choques relacionados à dificuldade do setor em dialogar com outras áreas e com diretores.
Logo a seguir, começaram a surgir empresas de TI (Tecnologia da Informação) especializadas em sistemas ERP. Estas empresas trouxeram uma solução pronta para as organizações. Não havia mais a necessidade de equipes internas para o desenvolvimento de soluções. Todos os sistemas fornecidos por estas empresas já são integrados, trabalhando com um banco de dados, dando mais segurança para as empresas armazenar suas informações estratégicas.
Porém esta nova solução também não é perfeita e com o passar do tempo, em alguns casos, faz-se necessário a troca do ERP (normalmente decidido pela alta direção da empresa). Isto por que o relacionamento das empresas já está desgastado, ou por que o sistema não atende plenamente as necessidades da empresa e das novas determinações do negócio em que a empresa está envolvida.
Quando este processo é concreto, ou seja, vai acontecer a troca do ERP na empresa tem alguns pontos que é necessário levar em consideração:
1) - O que será feito com os dados que tínhamos nos ERP antigo? Neste caso é muito comum que a empresa queira fazer uma integração ou uma migração de informações para o sistema futuro. Caso este trabalho seja realizado, é necessária uma análise minuciosa dos dados que foram gerados no novo sistema.
2) - O novo sistema irá atender às demandas atuais? Com certeza se haverá a troca, é por que o setor responsável por esta análise – geralmente TI e alguns colaboradores chaves de cada setor – já deu a avaliação positiva sobre o novo ERP, mas é sempre bom lembrar que este é um ponto a ser observado.
3) - E as necessidades futuras? Lembre-se que um dos motivos que motivou a troca do sistema é que a empresa atendia os requisitos no momento da assinatura do contrato, porém passados alguns anos e algumas modificações na governança da empresa, o sistema não atendia mais, por isso a sua empresa decidiu trocar! Como fazer para garantir que a empresa irá atender no futuro? Uma boa opção é escolher uma empresa que já esteja consolidada no mercado e tenha um sistema open source. Vale também uma cláusula no contrato garantindo que a empresa poderá realizar alterações no sistema para atender demandas futuras.
4) - Haverá alteração na forma de trabalho dos colaboradores? Sim, haverá. Não se iluda. Os sistemas não são desenvolvidos todos da mesma forma. Eles apresentam a mesma função, por exemplo, controle de estoque, fluxo de caixa, etc.. isto são processos comuns aos sistemas, porém não são operados da mesma forma. Sendo assim é necessário um treinamento em novos processos e na operação do sistema.
5) - O novo ERP “roda” com os equipamentos que tenho hoje? Bom, é um ponto que tem que ser questionado. Provavelmente haverá a necessidade de troca do parque de equipamentos por que os requisitos que você tinha quando adquiriu os equipamentos atuais eram de 10 ou 15 anos atrás. Neste caso, a especificação técnica dos equipamentos é de extrema importância para estabelecer o orçamento do projeto e viabilidade comercial da operação.
6) - O fator psicológico deste processo nas PESSOAS. O fator psicológico é um fator que você deve dar muita atenção. Não adianta você ter o melhor software do MUNDO se as pessoas não querem que a implantação aconteça. Lembre-se, os processos, atividades, controles, são feitos por PESSOAS.
O processo de implantação em alguns caso pode ser muito frustrante. Geralmente quando ocorre uma troca, os operadores já estão "acostumados" com o sistema antigo e são muito resistente às trocas. É preciso que o líder tenha a habilidade de criar um ambiente automotivador, onde as pessoas possam estar interessadas em ver os resultados e proporcionar os resultados.
Provavelmente existem outros vários pontos onde é preciso que se tenha atenção nestes casos, mas são citados aqui os que são gerais. Outros aspectos surgirão e devem ser analisados pela estrutura de TI. Mas acima de tudo é importante lembrar do escopo que havia sido definido no início do projeto.
Fonte: Blog Gestão de Projetos (Felipe Dutra)
Até a próxima, pessoal!!!
Grande abraço!
Sandro F. Voltolini

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

05/09 - Fluxo Continuo de Produção na Industria de Vestuário

Olá, pessoal.
Recentemente fiz a leitura de um artigo que trata do Fluxo Continuo de Produção para as empresas de Confecção e Vestuário e que considerei muito simples e interessante.
O artigo é de Vanderlei C. Dorigon e abaixo estou transcrevendo informações do artigo.
Em diversas empresas de confecção, sejam elas fabricantes de camisas, calças, modinha, linha íntima, moda praia, produtos em jeans ou cama, mesa e banho, o indicador de aproveitamento de mão-de-obra não ultrapassa os 50%. Significando que metade do tempo disponível no dia as pessoas encontram-se em outras atividades que não a produção dos produtos.
Lembrando que a fórmula para cálculo da eficiência é:
% Eficiência = Total Minutos Produzidos/Total Minutos disponíveis no dia ou turno X 100, ou seja, se a pessoa tem 480 minutos disponíveis no dia (8 horas de trabalho), deve produzir esta quantidade em minutos também (que é calculado com base no tempo padrão de cada operação).
Como exemplo:
Uma operadora que faz uma operação pregar uma gola ou colarinho que tenha um tempo padrão de 1,00 minuto.
Se esta operadora fizer 300 peças desta operação num turno ou dia terá 300 minutos produzidos (300 peças X 1,00). Portanto a eficiência desta operadora é traduzida na fórmula:

.........................300 mins
% Eficiência = -------------- X 100 = 62,5
.........................480 mins

Ou seja, a operadora está produzindo apenas com 62,5% do que deveria e durante 180 minutos ela está em outra atividade que não a produção.

Isso nos remete a uma reflexão sobre a importância da produtividade para a melhoria da competitividade da indústria do vestuário no Brasil, pois veja: para uma costureira que disponibiliza 8 horas por dia numa fábrica, somente 5 dessas horas seriam efetivamente aproveitadas para geração de produto, e o restante das horas ficaria perdido.
Entre as perdas de tempo mencionadas, temos alguns exemplos:
1) Troca de linha.
2) Troca de aparelhos.
3) Retrabalho em peças.
4) Manutenção corretiva de máquinas.
5) Movimentação interna de produtos, materiais, pessoas.
6) Tempos de espera por ausência de abastecimento ou procura de ferramentas ou até peças.
7) Ritmo descontinuado.
8) Diferença de ritmo entre as operadoras.
Qual dessas perdas você considera a mais colaboradora para a queda da produtividade na sua empresa? Pois veja que se abordarmos uma costureira com a história de que ela produz 5 horas e perde outras 3 horas por dia, ela provavelmente dirá o que já ouvi em muitas empresas: “Quer dizer que quase a metade do tempo eu não trabalho?”. Pois é, ela tem razão, ela está envolvida todo o dia com o trabalho. Mas estar envolvido não é necessariamente sinônimo de produtividade, o que ocorre é que efetivamente não conseguimos criar um sistema capaz de transformar mais horas disponíveis em tempo produzido.
O Fluxo Contínuo de produção se encarrega de montar um sistema capaz de melhorar significativamente a performance da fábrica, pois tem como foco principal o estabelecimento de padrão de ritmo de produção. Ou seja, se você tem 30 costureiras em sua produção, terá efetivamente até 30 ritmos diferentes, e ao contrário do que muitos pensam, essa é, com o ritmo descontinuado, a principal razão de perda de produtividade na indústria de confecção. Outras perdas são também importantes, no entanto podemos garantir que uma perda de 3 horas diárias não é perda pontual, mas, sim, sistêmica, que está diretamente ligada a todo o contexto produtivo, e isso requer mudança desse sistema. Veja outro fator interessante: o custo minuto/homem de uma fábrica com 50% de produtividade está em torno de R$ 0,30, e, com 70% de produtividade, R$ 0,20 aproximadamente; isso quer dizer que uma peça básica de 20 minutos de tempo padrão terá um custo de mão-de-obra seguinte:
50% - 20’ x 0,30 = 6,00
70% - 20’ x 0,20 = 4,00
Quer dizer, com o incremento de produtividade teremos um ganho de R$ 2,00 por peça produzida, com o mesmo custo fixo de produção.O Fluxo Contínuo de Produção trabalha com o objetivo de gerar interdependência entre operadores e, com isso, fortalecera necessidade de manutenção de ritmo e a sua padronização entre a equipe de trabalho. A interdependência égerada pela distribuição equilibrada da carga de trabalho internamente entre operadores de um grupo de trabalho ou célula, e também a interdependência externa entre os vários grupos de trabalho. Isso gera comprometimento conjunto para atingir as metas estabelecidas e oferece também a oportunidade de diversos operadores compararem e melhorarem suas habilidades pontuais em determinadas operações, além de motivar a polivalência destes.O FCP estabelece a condição inédita de termos num mesmo layout produtivo a composição decélulas de manufaturas e de linhas de produção.
O estabelecimento da interdependência entre operadores e células cria a condição da necessidade de abastecimento “Just-in-time”, ou seja, são indispensáveis o abastecimento no tempo certo de uma unidade produtiva para meu cliente e o recebimento de uma unidade produtiva do processo anterior. Isso gera a melhoria e a manutenção do ritmo de produção, reduzindo também o tempo de atravessamento do produto no processo. Para o funcionamento correto do sistema, precisa-se de um estabelecimento de planos de produção em períodos fechados, tendo assim condições de montar estratégias gerais de seqüência produtiva conforme o grau de dificuldade dos diversos modelos da coleção, evitando perda de ritmo em função da mudança radical do tipo de operação que está sendo executada por um operador. A seqüência produtiva prioriza a mínima variação de alteração da operação, por exemplo, uma costureira que executava a montagem das laterais da peça num determinado modelo de produto, provavelmente num outro modelo da mesma família fará o mesmo mecanismo.O monitoramento da produtividade também é fundamental para a manutenção do sistema e isso se dá pelo estabelecimento de unidades produtivas e padrão de fabricação, com os quais são definidas metas de tempo de conclusão destas.
O FCP pode ser implantado em pequenos lotes de produção do mesmo modelo de produto, independentemente de cor e tamanho. Ao contrário do que se pensa, ele não funciona apenas com altos volumes de produção do mesmo modelo, mas é claro que lotes menores sempre exigem da empresa maior necessidade de previsibilidade da situação de produção, ou seja, investir mais tempo para prever possíveis problemas como falta de aparelho, linha, habilidade, etc. Isso quer dizer que quanto menor o lote, maior a necessidade de estrutura de planejamento, pois as variáveis passíveis de problema aumentam significativamente. Do Fluxo Contínuo de Produção constam as seguintes premissas:
1) Medir a produtividade para conhecer as suas perdas.
2) Planejar a produção para montar a estratégia de produção.
3) Balancear a produção para equilibrar a carga de trabalho e gerar interdependência.
4) Projetar o layout para estabelecer a seqüência do FCP.
5) Monitoramento freqüente para garantir o alcance da meta e manter a equipe atenta.

Manter as várias células ou linhas de produção equilibradas no processo, identificando onde estão os “gargalos” do processo é um assunto tratado com muita ênfase num livro muito difundido no inicio da década de 90, “A Meta” de Eliyahu Goldratt. Vale a pena relembrar e ler outros mais recentes do autor.

Grande abraço a todos.

Sandro F. Voltolini