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domingo, 19 de outubro de 2008

19/10 - Totvs e Datasul: a estratégia da fusão

A fusão entre Totvs e Datasul, anunciada ao mercado em julho de 2008, já era assunto de conversas mensais entre as duas empresas há quatro anos. Conforme o vice-presidente executivo, CFO e diretor de Relacionamento com Investidores da Totvs, José Rogério Luiz, este foi o tempo necessário para que uma estratégia de sucesso fosse desenvolvida.
Em quatro anos, Totvs e Datasul cresceram, se fortaleceram e conquistaram respaldo no mercado. A Totvs, por exemplo, é hoje o nono maior player mundial da área de ERP
, mantendo 50% de market share no Brasil e liderando as vendas para o segmento de pequenas e médias empresas na América Latina.
"Ao longo das negociações, percebemos que as duas empresas possuíam complementaridade, não só de produto como também de mercado, já que nós focamos o SMB e a Datasul, o setor de médias e grandes companhias", contou Luiz durante o Enesi 2008, nesta sexta-feira, 17, em Porto Alegre."Além disso, a Datasul também se adequava às nossas estratégias de negócio, que se baseiam em bons produtos unidos a uma vasta e qualificada rede
de distribuição", complementou.
Que o negócio deu certo, não resta dúvida. Segundo Luiz, a Datasul, assim como RM, Logocenter, Microsiga e outras companhias adquiridas pela Totvs, passou a crescer mais sob o guarda chuva da empresa do que antes.
Ainda falando de estratégia, Luiz entrega: na Totvs, os serviços respondem por 26% da receita, enquanto licenças ficam com 24%, mas o forte mesmo é a manutenção. "Este é o único tipo de contrato que cliente algum cancela, mesmo em tempos de crise", destacou o VP. "É como em um prédio com elevador. Você compra o elevador e, mesmo que a situação financeira fique ruim, não cancela o contrato com o fornecedor, porque sabe que se ele falhar e alguém ficar preso lá dentro, ele virá lhe atender e solucionar seu problema", acrescentou.
ÍndiaEm sua palestra, Luiz também fez uma avaliação sobre o mercado e as empresas indianas de TI. Para ele, o país é sinônimo de prestação de serviços, no que é muito bom. Porém, em produtos...
"Na Índia se produz muito pedaço de software para os outros. Mas não há produto", sentenciou.
Ainda segundo o VP executivo da Totvs, as empresas indianas são focadas demais em grandes clientes. "Este é outro ponto fraco deles: têm ogeriza a qualquer companhia não listada entre as 1 mil mais poderosas do mundo", comentou.
Para Luiz, a Índia representa, portanto, mais oportunidade do que risco para a TI brasileira. "O Brasil é um pólo de desenvolvimento de software. Possuímos muita inteligência, muita criatividade. Ao menos no curto prazo, a Índia não tomará, invadirá ou dividirá nosso mercado", concluiu.
Boa semana a todos.
Sandro F. Voltolini

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