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sexta-feira, 9 de julho de 2010

09/07 – Crescimento do Setor de Lingerie

Otimista com o crescimento do poder de consumo das brasileiras, as maiores fabricantes de lingerie do país investem em design e tecnologia. E estão mais próximas das consumidoras, investindo também no varejo. De acordo com uma estimativa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), houve crescimento de 11% no faturamento do setor em 2009, que atingiu R$ 5 bilhões. Este ano, as cifras devem manter o mesmo ritmo.

A carioca DeMillus espera um crescimento de 20% no faturamento neste ano, para R$ 400 milhões. Para sustentar a expansão, a empresa já contratou 500 pessoas e até o final do mês deve ampliar o quadro de funcionários com mais 125 trabalhadores. De acordo com o presidente da DeMillus, Abdalla Haddad, só no primeiro semestre a empresa já obteve um aumento de 28% no faturamento em comparação com o mesmo período de 2009. Hoje são produzidas cerca de 140 mil peças por dia e há uma expectativa de ampliar esse volume em 30%.

Abdalla diz que há uma percepção de que as peças com maior valor agregado, com bordados e rendas, ganharam mais atenção por parte das consumidoras. "A lingerie está saindo do mercado mais básica e atraindo mais a atenção das consumidoras. Ela deixou de ser uma figurante e muitas vezes é pensada para ser vista", diz o empresário.

A preocupação em fabricar peças que saiam do básico também atinge os tamanhos grandes, acima do número 50. "Há uma demanda das mulheres que vestem tamanhos 52 e 54 por peças mais sensuais. Estamos atentos a isso", disse o presidente. A DeMillus tem uma fatia de cerca de 20% do mercado nacional de sutiã e 10% de calcinha. São 4.483 funcionários na DeMillus e 845 funcionários em empresas coligadas.

As projeções da Duloren também são otimistas. A empresa investiu R$ 4 milhões em duas novas máquinas que vão acelerar a capacidade de lançamentos. É a possibilidade de colocar a lingerie no mercado de "fast-fashion". Segundo Roni Argalji, presidente da Duloren, a empresa atua com 100 modelos tradicionais e 100 rotativos. Com o investimento, Roni diz que vai ser possível entrar no mercado com um número maior de coleções menores. "É como se fosse uma pequena fábrica dentro da grande", explica. Essa rotatividade faz com que a Duloren ganhe em exposição da marca. O investimento permitirá à Duloren ampliar em 10% a produção de lingerie, que atualmente é de cerca de 1milhão de peças por mês, e contratar mais 250 trabalhadores. A empresa emprega, hoje, 2 mil pessoas. Segundo Roni, a expectativa é crescer de 8% a 9% no faturamento, que está na casa dos R$ 120 milhões.

Com a ajuda de Gisele Bündchen, a Hope também tem expectativa de crescer em 2010. A garota-propaganda imprimiu um efeito imediato nas vendas. Elas estavam empatadas até maio, em relação a 2009. Em junho, cresceram 15% sobre junho de 2009. A informação é da diretora de marketing da Hope, Sandra Chayo. De acordo com ela, a Hope já investiu R$ 4,2 milhões em melhorias na fábrica este ano. A aposta da marca é em tecnologia de acabamento que permite o efeito "nude" (nu, em inglês) nas peças - ou seja, sem costuras visíveis. "É uma tendência mundial", diz Sandra.
Segundo ela, 75% dos modelos têm maior durabilidade e ficam em produção de um a quatro anos. E 25% das coleções acompanham tendências de moda, sendo alteradas para despertar o interesse da consumidora. "A cada duas semanas há novidades nas nossas lojas", diz a executiva.
Sandra explica que há dois tipos de consumidora de lingerie: as que consomem de maneira básica e aquelas que estão sempre em busca de novidades. É para esse tipo de consumidora que a indústria investe na rotatividade de modelos.

Fonte: www.valoronline.com.br

sexta-feira, 2 de julho de 2010

02/07 - Indústria têxtil paulista lança indicadores de desempenho ambiental

O Sinditêxtil (Sindicato da Indústria Têxtil) lançou este mês seu manual de indicadores de desempenho ambiental. O objetivo é fazer com que as empresas passem a adotar critérios de produção mais sustentáveis.

Os indicadores escolhidos pelo Sinditêxtil foram: água consumida, água reutilizada, energia, carga orgânica, geração total de resíduos e resíduos recicláveis.

"Para chegar a esses indicadores levamos cerca de dois anos. A indústria têxtil paulista é pioneira em produção mais limpa. Já nos anos 90 nós topamos participar de um programa piloto junto à Cetesb - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Os técnicos da Companhia passaram semanas dentro de algumas fábricas para mapear onde se consumia mais energia, mais água, onde se gerava mais resíduo. Fomos, por assim dizer, as 'cobaias', logo que se começou a falar seriamente em produção mais limpa", relembra Eduardo San Martin, Coordenador de Meio Ambiente do Sinditêxtil.
A metodologia escolhida pelo Sinditêxtil foi a criação de quatro categorias para medir o consumo de recursos dos processos produtivos: preparação e fiação de fibras têxteis, teclagem sem tinturaria, tecelagem com tinturaria e acabamento em fios, tecidos e artefatos têxteis.
"Mandamos questionários para todas as empresas afiliadas ao sindicato sobre o consumo de água, de energia e a geração de resíduos. Em cada indicador, para cada categoria, chegamos a um intervalo de consumo, com um valor mínimo e um máximo. Quanto mais próxima do menor valor a empresa estiver, mais limpa sua produção", explica San Martin.
O engenheiro de segurança do trabalho e meio ambiente da Coats Corrente, Mário Rodrigues, apóia a iniciativa, e afirma que produzir de maneira mais limpa também significa, em muitos casos, reduzir os custos de produção.
"A Coats Corrente é a pioneira na utilização de água de reúso para aplicação industrial. Fazemos isso desde 1997. Como nossa fábrica fica perto da estação de tratamento da Sabesp, construímos toda a canalização da estação até a sede. Reduzimos em cerca de 80% nosso custo com água", explica Rodrigues.
Não por acaso, o melhor desempenho da empresa é justamente no indicador "água consumida": 190 m³ por tonelada de produto. O intervalo previsto pelo Sinditêxtil na categoria à qual pertence a empresa (tecelagem com tinturaria) vai de 20m³ a 300 m³ por tonelada de produto.

"Precisamos agora trabalhar para melhorar outros indicadores, como o consumo de energia, que está próximo do limite máximo - consumimos 4.600 kw/hora por tonelada de produto e o teto na nossa categoria é de 4.700kw/hora", afirma Rodrigues, salientando que os intervalos que constam do manual ainda são muito grandes, o que dificulta o caminho das empresas rumo à produção limpa.

San Martin concorda que os intervalos por categoria ainda são muito grandes. "Isso é nossa primeira tentativa de estabelecer parâmetros. Agora a idéia é refinar os indicadores para os próximos anos, fazer com que os empresários respondam os questionários com a máxima acuidade possível para tentar reduzir esses intervalos", diz ele.


Fonte: http://www.estadão.com.br/