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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

26/01 - Cresce o Uso de Tecidos Inteligentes

UV

Rhodia Fibras: demanda é maior para fios que protegem contra os raios do sol

O tecido inteligente - aquele que parece couro, sem que nenhum animal tenha sido esfolado, ou que promete reduzir a fadiga muscular ou proteger contra os raios do sol - aumenta a presença na moda. E pode ser exclusivamente sintético ou uma mistura de fibras naturais e artificiais.

Para a estilista Raquel Davidowicz, da grife UMA, é quase impossível pensar numa coleção sem tecidos tecnológicos - sejam eles feitos de fibras naturais, artificiais ou sintéticas. "Os meus clientes já esperam por isso e o investimento em tecidos de última geração virou o nosso diferencial", diz Raquel, cuja grife voltou a desfilar no São Paulo Fashion Week, evento que mostrou coleções de 29 grifes.

Para a próxima estação, a UMA prepara uma coleção com um tecido 100% poliéster cuja aparência é idêntica ao do couro. Com o material, importado da Itália, Raquel desenhou vestidos e jaquetas. Um tecido feito da mistura do algodão com fios de metal, chamado de "natural memory", é outra aposta da grife, que também investiu em uma sarja, feita pela Vicunha, que recebe um tratamento para ficar com aparência emborrachada. "Meus clientes estão abertos às novidades e são muito curiosos."

Mas desenvolver um novo fio, com propriedades específicas, não é nada simples - nem barato. A Rhodia, por exemplo, leva entre três e quatro anos, a um custo que pode variar dos R$ 5 milhões aos R$ 10 milhões, para chegar a um novo produto. E, antes de tudo, é necessário muito estudo para tentar prever o comportamento do consumidor no futuro. A Rhodia mantém cinco centros de pesquisa no mundo - sendo um deles no Brasil.

Entre as tendências que mais crescem, no Brasil e no mundo, estão os fios com proteção contra a radiação solar. "Somente entre 2009 e 2010, a demanda cresceu 120%", diz Elizabeth Haidar, gerente de marketing da Rhodia Fibras. A aposta do momento da Rhodia é o Emana, fio criado no Brasil. O produto, que já foi adquirido pelas tecelagens e entrou no varejo no ano passado, tem como propriedade fundamental, segundo a Rhodia, "emanar raios infravermelhos longos, que ajudam a reduzir a celulite e a fadiga muscular - desde que fique em contato com o corpo por, no mínimo, seis horas". O fio tem alcançado vendas da ordem de 50 toneladas, por mês. "Ele foi pensado para roupas esportivas e íntimas, mas deverá chegar também aos tecidos para roupas casuais", diz Elizabeth. Atualmente, o tecido feito com o fio leva 70% de Emana e 30% de elastano, na composição.

Entre as marcas que utilizam o Emana em suas peças estão Lupo, Scala, Valisere, Plié, Darling, Bio Forma e Body Plus. "Mas estão em estudo outras composições, para desenvolver tecidos diferentes, mas que mantenham as propriedades do fio."

Paula Cimino, gerente da TexPrima, diz que atualmente, cada coleção da empresa "possui mais de 200 produtos, entre tecidos feitos com fibras naturais, sintéticas ou com a mistura das duas." A empresa é um birô de criação, que desenvolve tecidos especiais no Brasil, faz a produção no exterior e os importa para comercializar no mercado brasileiro. A escolha do tipo de tecido, diz Paula, vai depender do desejo do estilista no momento. "Samuel Cirnansck, um dos nossos clientes, compra seda, mas também compra tecido sintético."

A poliamida, mais conhecida como náilon, é um dos carros-chefes da Rhodia Fibras. O tecido feito com a microfibra de poliamida seca rápido e amassa pouco, dispensando o uso do ferro de passar. "Isso tem tudo a ver com o futuro, onde as pessoas estão valorizando os artigos funcionais, para poder colocar o foco nos valores humanos fundamentais. A simplicidade é o novo luxo", diz Elizabeth, da Rhodia.

Para Nina Almeida Braga, do Instituto-E, fundado pelo empresário e estilista Oskar Metsavaht, da Osklen, o uso da fibra sintética tem suas vantagens, pois "não leva ao esgotamento do ambiente". "A cultura do algodão usa 25% dos agrotóxicos do mundo e faz adoecer cerca de 300 mil trabalhadores, por ano", diz Nina. O ideal seria aumentar a produção de algodão orgânico, mas essa fibra custa 60% mais do que o algodão tradicional. As peças de algodão da Osklen, diz Nina, levam 5% de algodão orgânico - percentual que deve aumentar. A grife também utiliza outros E-Fabrics, como são chamados os tecidos certificados pelo instituto, cuja produção respeita o ambiente, a cultura local e estão de acordo com as leis trabalhistas.

Na coleção de inverno 2012, apresentada durante o SPFW, a grife utilizou tecidos naturais e sintéticos, como lã, veludo de seda, chamois, pele sintética, neoprene, organza de seda, moletom e os E-Fabrics: couro de salmão, couro de pirarucu, tricô e gorgorão de seda ecológica.

Fonte: textileindustry.ning.com

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

19/01– Antenas embutidas no vestuário

O diretor do Laboratório de Eletro Ciência da Universidade Estadual de Ohio está tentando eliminar a necessidade de hardware de telefone celular como o fone de ouvido Bluetooth, fabricando dispositivos de comunicação com algo que a maioria dos países exige que as pessoas usem o tempo todo: roupas.

"Você não vai precisar segurar o celular junto do ouvido", diz o doutor Volakis, que é engenheiro elétrico. "Vamos eliminar tudo isso. Fará parte da vestimenta."

Divulgação/Ohio State University

Projeto de roupas com antenas embutidas

Projeto de roupas com antenas embutidas

Seu trabalho se inclui em uma ampla iniciativa tecnológica para fabricar "têxteis inteligentes": isto é, tecidos com eletrônica embutida, capazes de coletar, armazenar, enviar e receber informação.

Roupas-antenas poderão oferecer comunicação sigilosa para soldados, monitoramento sem fio para doentes e uma recepção muito melhor, simplesmente falando junto do colarinho.

Ainda vai demorar um ano para que o doutor Volakis e sua equipe desenvolvam roupas-antenas para civis, mas seu laboratório colocou antenas em um colete à prova de balas do Exército americano no último verão.

O colete, com um painel de antena quadrado embutido na frente e três nas costas, é como "ter mais pares de olhos ou ouvidos", disse Chi-Chih Chen, o engenheiro elétrico que liderou o projeto.

As antenas normais perdem recepção quando são bloqueadas por um corpo humano, e as incômodas antenas usadas pelos soldados não conseguem capturar sinais vindos do alto. A comunicação é limitada quando uma antena fica na horizontal, como quando os soldados rastejam.

"É aí que uma antena usável no corpo será eficaz", disse Steve Goodall, chefe de tecnologia e análise de antenas para o departamento de comunicações e pesquisa, desenvolvimento e engenharia eletrônica do exército americano. "Você pode desdobrar as antenas para cobrir uma área maior."

O doutor Chen está trabalhando com a Applied EM, uma empresa de pesquisa e desenvolvimento de antenas na Virgínia, para comercializar a tecnologia. O presidente da empresa, C.J. Reddy, disse que cada unidade será vendida a partir de US$ 1 mil, mas o preço deverá cair conforme aumentar a produção.

Equipamentos de comunicação "vestíveis" datam de pelo menos o final dos anos 1990, quando uma equipe do Instituto de Tecnologia da Geórgia desenvolveu a Placa-mãe Usável, uma camiseta eletrônica sem antenas, mas com diversas portas de entrada e saída - incluindo um termômetro, um microfone, monitor de oxigênio no sangue e fones de ouvido - para ajudar a monitorar a saúde dos soldados.

O doutor Volakis está trabalhando para desenvolver um avental hospitalar com antena, capaz de transmitir dados como batimentos cardíacos para um computador de um profissional de saúde. Esse monitoramento sem fio também poderá ajudar doentes e idosos que ficam em casa.

Um avental-antena precisa ser maleável, por isso deve ser feito de fios que não apenas conduzam eletricidade, mas que também sejam macios e laváveis. A equipe de Volakis está experimentando materiais de alta tecnologia como nanotubos de carbono e grafeno, para tentar preencher esses requisitos e diz que os tecidos inteligentes poderão melhorar a vida de qualquer pessoa que deseje um sinal mais forte de telefone celular.

Fonte: http://textileindustry.ning.com