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sábado, 27 de abril de 2013

27/04–Em busca do “El dorado” no sourcing

As mudanças nas condições socioeconómicas na China estão levando varias empresas a procurar alternativas de sourcing e, embora o Império do Meio continue no mapa, opções como a Europa ou a América do Sul estão sendo equacionadas para fazer face ao aumento de custos.
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Parece claro entre executivos da indústria que as muitas vantagens da China significam que o país vai continuar a ser fundamental para as estratégias de sourcing – apesar do aumento dos preços, questões laborais e política governamental que é cada vez menos “amiga” das indústrias de baixo valor. Mas a procura de alternativas continua.
Uma combinação do envelhecimento da população na China, rápida inflação de salários e benefícios e valorização da moeda significa que os concorrentes de preços mais baixos estão ganhando negócio, explica Ben Simpfendorfer, diretor-geral da consultora Silk Road Associates. Mas embora países como o Camboja e o Vietnam possam estar ultrapassando a China no que diz respeito a crescimento do volume de exportação, continuam a ser players de nicho.
“As maiores províncias de produção para exportação da China são ainda maiores do que os concorrentes low cost (custo baixo) do sudeste asiático”, destaca Simpfendorfer. “Isso permite-lhes criar economias de escala que não são facilmente replicáveis. A China tem 37% da quota de mercado mundial, por isso é um caso de para onde se pode ir? Há questões de capacidade em outros locais – e deslocalizar partes significativas de capacidade para outras economias irá levar a aumentos de preços semelhantes”, acrescenta.
“Perseguir trabalho mais barato já não é eficiente”, concorda Stephen Forte, diretor-geral de vendas mundiais na produtora de linhas Coats, que sublinha que embora o salário mínimo na China tenha aumentado entre 8% e 14% este ano, os aumentos estão igualmente sendo registrados em países produtores de vestuário em todo o mundo.
“A próxima China não é um local, é um “como”; a próxima China será determinada pela forma como trabalhamos de forma mais inteligente enquanto indústria”, explica Mark Green, diretor da cadeia de aprovisionamento no PVH, citando o diretor de cadeia de aprovisionamento da empresa Bill McRaith.
Mudanças na produção
”O que vemos é o desenvolvimento de capacidades nos países de produção”, considera Peter Kaminsky, diretor-geral de sourcing mundial da Carter´s, empresa americana de vestuário de criança. O resultado é clusters no Camboja e Vietnam, Bangladesh, Myanmar e Índia, e no sul da Ásia, centrado na Indonésia ou Singapura.
Green sublinha, contudo, que a forte base de fiações na China dá-lhe vantagem em relação a países no Sul e no Norte da Ásia – mas vê mudanças significativas no comércio mundial se for acordada a Parceria Trans-Pacífico (TPP na sigla em inglês). “Se for conseguida a TPP nos próximos anos acredito que um número significativo de fiações chinesas vão estabelecer-se no Vietnam e assim que a verticalidade entrar em jogo com rapidez, eficiência e eficácia, as confecções irão mover-se muito rápido”, acrescenta.
De uma perspectiva do calçado, Colin Browne, vice-presidente de sourcing de calçado na VF Asia, concorda. “O custo laboral está tornando-se uma parte muito menor do custo geral. As oportunidades estão mais ligadas aos impostos e fornecimento desse mercado local. Estamos investindo tempo, olhando para a América do Sul, Europa, países onde há claramente oportunidades em termos de impostos e eficiências. Enquanto maior consumidor de calçado em todo o mundo – compra 2,7 mil milhões de pares de calçado por ano, à frente dos EUA com 2,4 mil milhões de pares – a China vai ainda ser uma parte importante da nossa estratégia. Mas claramente vai haver crescimento em outras regiões também”.
Fonte: just-style.com
Tradução livre: Sandro F. Voltolini - Autor do Blog Textime